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boa viagem

10/31/2006

poder das palavras?... então e o poder dos números?!

xassbit comunica:

admitindo que um número é algo mais além que um simples número, que um 23 é algo mais além que a(s) palavras "vinte e três", podemos tentar avaliar o poder das palavras versus o poder dos números. e qual é realmente esse poder?
claro que os números não são nada em concreto, [para muita gente,] se não fossem as palavras. quero com isto dizer, se eu falar num "barril", a maioria das pessoas pertencentes a esta civilização estarão informadas sobre o que será tal objecto, e as mais ousadas até tentam (e conseguem, sem muito esforço), imaginar um. mas se eu falar em "mil cento e treze", poucas pessoas ficarão confundidas acerca do que é que eu estarei a falar, muitas necessitarão de uma unidade conhecida a seguir ao numeral que eu referir e outras nem sequer pensarão que um número é algo tão abstractamente concreto que nem elas próprias conseguem pensar nele. Outras mais pensarão que eu não me enquadro bem no ideal de Humano, e que deveria voltar para casa e esconder-me debaixo de um tapete.
fazendo a vontade ao primeiro grupo de pessoas, irei analisar neste parágrafo, o poder dos números com unidades à frente. e este é, sem dúvida, um poder absolutamente destrutivo, bastante mais destrutivo do que qualquer palavra (desculpem tantas referências a destruição, mas acontece que, no momento em que escrevo esta reflexão, oiço moonspell, uma banda que eu tenho em mais alta consideração e idolatração). primeiramente, a potente esmagadora maioria, ou mesmo todas as palavras podem ser acompanhadas por números. e se, num tribunal, uma pessoa que nós temos bastante confiança quanto ao modo de se apresentar, falar, enfim... , chamar à pessoa no outro extremo do processo em julgamento, ou até, à pessoa que esteja no outro extremo da sala, "inqualificável besta", além desta pessoa estar em negação, pois ser uma besta é, nitidamente, uma qualidade, o indivíduo que profere tais palavras também não poderá esperar que as ditas firam assim tão gravemente o coração de quem as ouviu. se adicionar-mos o numeral mais singular, a própria unidade, à expressão, as palavras daí resultantes também não irão afectar assim tanto o receptor da mensagem.

- "você é uma besta inqualificável."
- "e depois?"

sim, porque de poeta e de louco, de pai e de professor, de caixa de supermercado e de gerente de restaurante todos temos um pouco. e assim é com a besta inqualificável que temos dentro de nós, que poderá ser bastante grande na sua bestealidade, mas irá ter que ficar restrita à sua inqualificação... agora vejamos o poder dos números. sem dizer muito mais, irei adicionar ao pseudo-insulto um número demolidor, associado à palavra-chave desta conversa ( alterar a frase de modo a que ela faça sentido, como não deveria deixar de ser):

- "você tem 666 bestas inqualificáveis dentro de si."

...

[pausa para meditação/reflexão mais aprofundada]

...


viram? viram o poder, diria até que destruidor do ego do receptor da mensagem, que a adição de um número significativamente alto tem numa conversa. chegados a este ponto, alguns leitores pensarão que o facto de colocarmos um número positivo diferente da unidade não altera o teor da conversa e outros pensarão que, realmente, os números realmente poderão ter algum poder que irão experimentar da próxima vez que insultarem alguém. outros ainda estão à procura da minha morada, para me enviarem um tapete pelo correio.
Para o primeiro grupo de pessoas digo apenas que estamos a falar em termos teóricos, e se há teorias que parecem mais animadoras que a prática, a esta acontece exactamente o contrário. o mesmo acontece a algumas anedotas secas. para mais provas (reais) do poder dos números:

- quantos anos tens?
- oito
- que bonitinho, oito aninhos!

versus
-quantos anos tens?
-quinze
-ah... desculpa, temos pena
_________//__________
-quantos euros recebes ao mês?
-três mil
-que bonitinho, isso também eu queria receber!
versus
-quantos euros recebes ao mês?
-quinze
-ah... desculpa, temos pena

_________//__________
-sahib, quantas mulheres tens?
-trinta
-que bonitinho, eu também já tive trinta!

versus
-sahib, quantas mulheres tens?
-quinze
-ah... desculpa, temos pena
_________//__________
e quem fala de números, (vamos supor que) fala de aritmética também. e quem fala de aritmética, fala de matemática também. e quem fala de matemática, poderá também falar de geometria. e já que falamos em geometria, queria contestar um mal que se está a alastrar pelas cozinhas portugueses. senão vejamos, quem é que tem caldos de galinha (de uma marca conhecida) em casa? e quem é que já reparou que a embalagem diz tantos cubos de caldo de galinha, mas vamos a ver e afinal são paralelipípedo? mas o que vem a ser isto? ah pois é, bebé! teremos então, todos juntos, que lutar contra isto. corram o mais depressa possível assim que acabar de ler esta crónica, à embalagem dos supostos "cubos" mais próxima, seja na sua casa, no apartamento vizinho, no supermercado da esquina da sua rua, risque a palavra cubos e escreva, a vermelho, se possível, paralelipípedos, ou até, prismas rectangulares. e, se apanharem o adereço da direcção da marca, por favor, mandem-lhes uns quantos tapetes.
e depois disto...
paz,
xassbit

2 comments:

Jojó said...

Espectacular pá!

E assim mesmo!

Jojó said...

Mas já agora, queria acrescentar que algumas palavras são mais fortes do que qualquer número: são as chamadas palavras filosóficas, ou, para aqueles que gostam de nomes técnicos, "oqueéqueestásparaaíadizer"...

Ex:

número: Você tem 666 bestas inqualificáveis dentro de si.

Pessoa: Porquê?

Aqui o número tem 2 hipóteses:

1: porque ainda só comeu 0 fruta hoje

2: fugir a 7 pés

Contra este tipo de palavras, o número está mal preparado, ou, usando o termo técnico, "lixado", ou, usando um termoi ainda mais técnico, "entapetado", pois as palavras filosóficas, ou oqueéqueestásparaaíadizerianas, podem sempre argumentar que as bestas inqualificáveis não pensam, logo não existem.

der resto o número está condenado a perder a discussão pois ao classificar o senhor das palavras de besta inqualificável, está a chamá-lo de idiota e...

nunca se deve discutir com um idiota pois este faz-nos descer até ao seu nível e depois ganha em experiencia!